VOLTAR
Quero te perdoar, mas não consigo:
ainda é presente o espinho
que em minha alma enfiaste.
Queres voltar, mas não permito
que a tua sedução me vença
e novamente eu esteja em tuas mãos.
Prefiro manter um pedaço da honra,
que ainda me pertence:
a de não me render por esse pouco,
ao qual chamas de amor.
Em algum lugar, algo maior,
divino e intenso, me espera.
Hei de chegar lá e ser
verdadeiramente feliz.
Não quero voltar.
Meu corpo quer, mas eu não.
Enfio os dedos nas fendas do tempo:
não serei demovida.
Hei de ser verdadeiramente feliz.