Eu também sofro de amor
Cai uma chuva tão intensa lá fora
Sobre os carros que passam velozes
E fecho meu olhos, encosto a cabeça na janela
E não consigo evitar chorar
Sua imagem ainda é tão real em mim
Seu gosto ainda esta na minha boca
Seu cheiro impregnando minhas roupas
Entre as nuvens carregadas um raio de sol
Fraco, tímido com medo de aparecer
A noite vem chegando devagar
Apagando as luzes naturais eu me vejo imerso na escuridão
Na rua vejo um bêbado cantando e chorando
Com uma garrafa de vodka quase vazia na mão
Todo molhando rolando pelo chão
Não consigo desviar o olhar da cena que se passa
As pessoas que na rua passam o julgam sem saber
Aquele velho mendigo sofre por não ter a mulher amada
Ele bebe na esperança de no fundo da garrafa a encontrar
Desço correndo as escadas ao encontro do velho senhor
Levanto-o do chão molhado e digo: Amigo eu também sofro de amor
Ficamos juntos a noite inteira sem se preocupar olhando a rua vazia
E deixando a chuva nos molhar
Nossos olhares fixados no espaço vazio como se elas fossem aparecer...