Poema de outono
Há folhas espalhadas pelo chão,
varridas por vento e tempestade.
Árvores desnudas mostram
seus corpos sem flores,
folhas e frutos.
A estação outonal prenuncia
a brisa leve que dispersa
também sentimentos
outrora doridos.
Assim como se renova a
Natureza, minha alma
despede-se de tristezas
e angústias,
dores e saudades.
Viro a página do livro
onde havia um poema
adormecido e busco
inspiração em outros
acontecimentos.
Esqueço teu tempo e
rasgo em mim alguns
fragmentos de ti que
ainda insistem em
visitar meus dias.
Descubro, além da linha
que permeia o horizonte,
que você se insere, agora,
no rol de antigas fantasias.
Rita Venâncio.