COLHEITA AMARGA

Era só nós dois!

Ninguém mais havia

Como testemunhas do nosso desejo!

Somente a escuridão da madrugada

Que ficou escondida

Nas dobras dos nossos lençóis

Contaria ao dia que se aproximava

Como teu corpo tremia

A cada carícia das minhas mãos.

E diria como me ofereceste

A pontinha dos seios

Para que neles provasse

Das delícias do teu corpo,

E cheia de mil devaneios

Entorpeceste minha mente

Seduzindo-me os sentidos

No aroma dos teus cabelos.

Mas mesmo assim,

Apesar de levar-me a loucura

Castigando minha carne

Nas esporas do desejo,

Talvez penses que eu te esqueça!

Ai! Tu não sabes

Como poderias saber

Se és assim tão mesquinha

Preferindo colher sozinha

As recordações da tua vida?

Pobre de mim!

Pois depois que o dia nasceu

Não me quiseste

Nem ao menos como amigo,

Por isso declamo para a lua

Essa poesia que é só tua.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 17/04/2011
Código do texto: T2913885