COLHEITA AMARGA
Era só nós dois!
Ninguém mais havia
Como testemunhas do nosso desejo!
Somente a escuridão da madrugada
Que ficou escondida
Nas dobras dos nossos lençóis
Contaria ao dia que se aproximava
Como teu corpo tremia
A cada carícia das minhas mãos.
E diria como me ofereceste
A pontinha dos seios
Para que neles provasse
Das delícias do teu corpo,
E cheia de mil devaneios
Entorpeceste minha mente
Seduzindo-me os sentidos
No aroma dos teus cabelos.
Mas mesmo assim,
Apesar de levar-me a loucura
Castigando minha carne
Nas esporas do desejo,
Talvez penses que eu te esqueça!
Ai! Tu não sabes
Como poderias saber
Se és assim tão mesquinha
Preferindo colher sozinha
As recordações da tua vida?
Pobre de mim!
Pois depois que o dia nasceu
Não me quiseste
Nem ao menos como amigo,
Por isso declamo para a lua
Essa poesia que é só tua.