TEU OLHAR

Desconcerta-me teu olhar absorto

para um universo que não vejo,

porque direcionas tua alma

a um alvo que não alcanço.

Então, melancólico, rio,

mas é um sorriso sem graça,

amorfo, no íntimo quero chorar

pela ausência de teus olhos

perscrutando meu ser.

Lança-me um vislumbre

tão-somente, aquieta-me

o coração desvanecido,

seduz-me com a doçura

de promessas verdadeiras.

Sei que não basta um olhar,

mas se me basta que me olhes

para acalmar meu coração,

descobre minha alma

com todas as suas

imperfeições.

Porque estás aqui sem estar,

sinto teu calor e teu arfar,

mas não o doce devaneio

do teu coração vívido,

a suavidade de tua alma

abraçada à minha.

Se tua presença física

é completa ausência

de alma e sentimento,

que me resta além

de um mero sorriso apagado?

Quero-te por inteiro,

não somente resquícios

de uma presença

que não se percebe.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 17/04/2011
Reeditado em 17/04/2011
Código do texto: T2913605
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.