AUTO-SUPLÍCIO DE PAIXÃO
Saqueado, esgotado, caído
Sem o néctar da vida ,sem
A seiva que aquece
Desvanecido, ébrio, punido
De um amor sórdido, proibido
Cujo sumo minh’alma padece
Seiva, abrupta, furtada
Sinais, jugular perfurada
Sem sentido, liquido escorrendo no chão
As presas cravadas saciando sua fome,
Você, minha vampira, eu refém... teu homem
Preso, amordaçado, escravo, emoção...
Suas unhas cravadas em meu dorso
Fincadas em minha pele, fúria e dor
Intensidade, excitação
O dorso que queima, reclama, perdura
O sangue, minh’alma em sua candura
Abrasiva, lasciva, fogo e paixão
Furtado, jogado, perdido
Entorpecente, teu beijo bandido
Anestésico, envolvente, avassalador
A lua linda longe alumia
Um uivo de prazer, o corpo arrepia
Nostalgia, sagrado amor
Por fim devorado,
O néctar sugado, a seiva da vida
O corpo inerte, hipotérmico, extenuado
E o vazio que sinto me confunde
Em incerteza,
Teu corpo sobre a mesa, amantes ou amigos
Na loucura dessa ânsia
Vampiros de nós mesmos
Sorvendo a seiva dos nossos segredos
Somos vampiros de uma presa só
Necessitamos de estar unidos para
Sobreviver num auto-suplício de paixão