MINHA MUSA
Se pudesse, torna-me-ia um escultor para
transformar um bloco de pedra bruta na
mais formosa escultura de um corpo de mulher,
que conheci por um pequeno espaço de tempo.
Seu olhar de uma cor que não pude divisar,
ostentaria ainda seus saudosos ais, mas faria
todo o possível para que seu sorriso
fosse o seu ponto de magnetismo.
Seu corpo delgado seria destaque para
a admiração de todos, nele, dois realces
principais, a singeleza de seus pés e a delicadeza
de suas mãos de pequena compleição.
Só não poderia esculpir na pedra bruta
os seus pensamentos, não sei onde poderiam
estar, se nos braços de uma longínqua saudade,
ou nos fatos que lhe causaram pesares.
Posso afirmar, que seria uma cópia fiel
de quem por um pouco de tempo conviveu
ao meu lado, cada vez com a duração de um segundo,
mas tempo suficiente para torná-la minha musa.