Abyssum

simultaneamente eu vivo

com a lenta morte que me toma,

dos pés ao peito me subindo

se meu castigo foi sua sombra.

meu sangue tinto esparzindo

ao seu deleite e peversão

rasteja em teus labios finos,

atrativos e sem perdão.

então recordo e procuro

pro meu exilio qual razão?

tão logo penso e descubro:

Não resisti a sedução.

culpo a sombra no contorno

daqueles olhos feitiçeiros;

incandescentes mais que fogo

fervendo meu ser por dentro.

de negra cinzas fez meu todo

fora o peito ainda inteiro,

ainda amando, ainda tolo,

sem qualquer arrependimento.

ela machuca, ela me invade,

e como ardem minhas feridas!

mas que machuque, pois que me mate

que minha alma é masoquista.

WillDeLamed
Enviado por WillDeLamed em 16/04/2011
Código do texto: T2912098
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