O VERSEJAR DE UMA POETA MORTA

Maria Luiza Bonini

Eis-me diante de ti.

Submissa, imploro

Quero a tua poesia,

em todos os meus dias

Sem ela sou flor inerte

- sem alimento -

morro sufocada pelo implacável veneno

desta triste nostalgia

Que venha teu poema sobre qualquer tema

Diga da angústia, da volúpia ou da paixão

Invada meu silêncio com teu grito extremo

Provoque em mim, novamente, a tua emoção

Perceba que calei em versos e prosa

Inexiste teu cantar que me inspira

Faça renascer em mim mais uma rosa

ou

Cala para sempre

- se nada mais te importa -

Continuarei fenecendo, triste e silente

Terás de mim somente

o versejar solene e finito

de uma poeta morta

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 16/04/2011
Código do texto: T2911946
Classificação de conteúdo: seguro