O VERSEJAR DE UMA POETA MORTA
Maria Luiza Bonini
Eis-me diante de ti.
Submissa, imploro
Quero a tua poesia,
em todos os meus dias
Sem ela sou flor inerte
- sem alimento -
morro sufocada pelo implacável veneno
desta triste nostalgia
Que venha teu poema sobre qualquer tema
Diga da angústia, da volúpia ou da paixão
Invada meu silêncio com teu grito extremo
Provoque em mim, novamente, a tua emoção
Perceba que calei em versos e prosa
Inexiste teu cantar que me inspira
Faça renascer em mim mais uma rosa
ou
Cala para sempre
- se nada mais te importa -
Continuarei fenecendo, triste e silente
Terás de mim somente
o versejar solene e finito
de uma poeta morta