O POEMA QUE SURGIU

Maria Luiza Bonini

Eram lágrimas que escorriam pela janela

Tuas ou minhas, mescladas, se confundiam

Disfarçavam nosso pranto de forma singela

Pela dor do apagar d' um sonho findo

Descortinar nosso pesar, zelosas, não permitiam

Tais como nossas cúmplices, tristonhas

Discretas e silentes, unidas, permaneciam

Observando a agonia da atormentada insônia

Os vidros embaçados, tal olhos marejados

Sugeriam, como uma página em branco

Que lá gravássemos a razão de nosso pranto

Em pena e papel, aquele vidro turvo, transformado

Por tremulas letras, algo escrito, deciframos

Um poema surgia e propagava o quanto nos amamos!

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 16/04/2011
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