Alma de abutre
Revoando entre dunas misteriosas
Faminto pelos teus pensamentos
Eu plaino suave e lentamente
No sublime manto azul do firmamento
É lento meu caçar, sob nuvens felpudas
Arremeto minhas garras pontiagudas
Minha sombra refletida nas areias desertas
Que na hora certa, te cerca, e cerca
Na hora certa, descerei com toda a fúria
Como um raio de ternura, sem um grito de aviso
Sem nenhuma piedade, perfurarei teu coração
Como presa dominada, agonizando lentamente
Minhas garras encravadas, em teu coração carente
Eu te cubro com carinho, com minhas asas reluzentes
Eu sussurro em teu ouvido, com minha voz rouca e calma,
Sou abutre da tua alma !
Alexandre