Serenata
Num cruzeiro coloquei minha fantasia
E no cruzeiro sobre as águas do mar;
- A seguir, com as mãos as ondas abri,
Para naufragar no mar pus minha fantasia.
Encontram-se agora moldadas minhas mãos
Do azul entreaberto das ondas a brilhar,
E dos meus dedos a cor que lentamente flui
Nas areias desertas deixam multicores o olhar.
Ao longe a brisa vem chegando alegre,
Ao frio à noite se curva de modo obediente;
Vai morrendo embaixo da água sem explicação
Dentro de um cruzeiro, minha fantasia...
Enquanto foi preciso chorar chorarei,
Para fazer com que a água aumentasse,
O meu cruzeiro a profundeza alcançou
Para que o meu sonho de esperança continuasse.
Tudo poderá estar primoroso; depois,
Águas distribuídas, praia escorregadiça,
Quais as pedras meus olhos infrutíferos
E as minhas mãos agora patidas.