Serenata

Num cruzeiro coloquei minha fantasia

E no cruzeiro sobre as águas do mar;

- A seguir, com as mãos as ondas abri,

Para naufragar no mar pus minha fantasia.

Encontram-se agora moldadas minhas mãos

Do azul entreaberto das ondas a brilhar,

E dos meus dedos a cor que lentamente flui

Nas areias desertas deixam multicores o olhar.

Ao longe a brisa vem chegando alegre,

Ao frio à noite se curva de modo obediente;

Vai morrendo embaixo da água sem explicação

Dentro de um cruzeiro, minha fantasia...

Enquanto foi preciso chorar chorarei,

Para fazer com que a água aumentasse,

O meu cruzeiro a profundeza alcançou

Para que o meu sonho de esperança continuasse.

Tudo poderá estar primoroso; depois,

Águas distribuídas, praia escorregadiça,

Quais as pedras meus olhos infrutíferos

E as minhas mãos agora patidas.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 14/11/2006
Reeditado em 14/11/2006
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