PARA ALÉM DO HORIZONTE

Minha Alma inquieta sussurava amargurada.

Dizia-me um dia querer transpor os montes,

Ver se na morada do sól existiam pintores,

Pois ao cumprir sua estafante jornada,

Pincelava as nuvens com cores esfusiantes,

E elas vaidosas irradiavam suas belezas.

Sabia pelos ventos que traziam perfumes,

Lá existir uma natureza ainda intocável,

Com muitas flores que enfeitavam as matas,

E os rios em corredeiras despencavam do alto,

Até descansarem em remansos tranquilos,

Com lindos arco-iris que queriam brincar.

Segredavam para ela um lindo anoitecer,

Onde as estrelas piscavam sem cessar,

Parecendo até crianças querendo brincar,

E depois se aquietavam vendo a lua surgir,

Pois ela enluarada tinha tantas formosuras,

Que até a natureza se quedava em silêncio.

Traziam também notícias do lindo alvorecer,

Pois o sól acordava de seu sono revigorante,

E iniciando sua jornada suas luzes irradiava,

Trazendo vida para a natureza exuberante,

Pois os pássaros em festa faziam revoadas,

E depois se despediam para buscarem alimentos.

Diante das maravilhas que os ventos traziam,

Sem agressões do homem derrubando as matas,

Nem poluindo os rios que são fontes de vida,

Permiti que minha Alma inquieta fosse viajar,

E após dias de ausência que até me inquietou,

Afirmou que Além do Horizonte existe o paraíso.

15-04-2011