NAUFRÁGIO
O tu que um dia navegas-te
Na amplidão da minha alma
Enfrentando tempestades
No oceano do meu corpo.
Em uma louca aventura
Foste pirata sanguinária
Desbravando minha inocência,
Bucaneira inexperiente
Conduziste tuas mãos
Como se fossem
Velozes navios
De velas estendidas
Insufladas pelos ventos
De uma paixão.
Mas o destino
Te fez naufragar
Tombada pelas ondas
De um furioso desejar,
E agora,
Depois da tempestade,
Não vejo mais
Refletido em teu olhar
O brilho do meu mar.