Cântaros e Ânforas

No ambiente aroma amadeirado, vazia ânfora

Perfume das lembranças impregnadas de dor

Tormento a açoitar o solitário e frio repouso

Quando a alma se desprende para os sonhos


Ânforas transbordantes de tédio e melancolia

Cântaros vazios, abraços perdidos no tempo

Tristeza armazenada a povoar as vias do nada

Sussurros da noite mesclados com o vendaval


Devaneios e miragem, afeto a pedir passagem

Ensurdecedor trovejar a inibir o estático pensar

Acentuando o vazio, ânforas da outrora vida

Represados desejos nas águas turvas do medo


Dos cântaros amadeirados surgem os arcanjos

Dedilham as harpas, querubins odor de jasmim

Suaves cirandam docemente no cetim do leito

Acalanto da alma apaixonada a viver por nada.


Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 14/04/2011
Reeditado em 25/04/2011
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