Quem sou afinal?
Te pergunto
Respondes então
Não espero mais
Quero que digas
O momento é esse
Deixas de marcar em vão tuas promessas
Deixas de rodar-me em teus vazios sonhos
Deixas de trazer-me de lá para cá
E não nos fixares em ponto algum
Afinal, digas quem sou?
Em tua vida
Em teu ser
Digas,
E deixas de calar-te.
Venhas, é o agora que busco
Não estive em vão a percorrer em teu corpo
Não espalhei meu cheiro em teu ar
Sem que marcas tenham ficado.
Não!
Recuso a aceitar tuas palavras soltas
Em vendavais seguem
Espalhando-se
A confundir-me
Digas então
Quem sou em ti?
Que dizes?
Calas?
Mas então há que calar para o infinito
Não venhas no depois a me buscar
Calas!
Não te mexas mais em nada
Não há mais silêncio a ser vivido contigo
Ó! Como estou perdida em meu coração
Solitário
Cansado
Em trevas
Em dor
Não mais quero te ver
Em minha alma
Em meu corpo
Em meu todo
Nem quero mais que o tudo de mim
Leves
Quem sou?
Digas,
Pronuncias minhas lembranças em teus pensamentos?
Quando?
Tens em teus ser o meu querer?
Afinal,quem sou?
Digas de todo
Logo...agora
Não deixarei essas linhas
Sem que digas o que busco
Em prantos saber.
Olhas que nos segue agora
Ao término dessa canção
Não será mais as tuas mãos a me tocar
Não será teus braços
Que terei
Ó que saudades dos teus abraços!
Quem, fui?
Quem sou?
Indagações perdidas
Em espaço
Em tempo
E sem tempo.
Digo-te
Em voz e tom
Em canção e dor
Digo-te
Que vou seguir
Por um segundo
Essas linhas
Que escrevo
Prendiam-me
Em tuas lembranças
E por ter-te
Aqui
Quis eu prolongar
Agora basta!
Antes que parta
Deixas escutar em doce voz
Chamar-te de “amor meu”
Vou com o vento
Não me verás mais
Não serei mais a gota
De amor
Mantida em teu poder
Encarcerada
Quem sou em ti
Não importa mais
Pois o que sou
Não verás
Outro verá
Há de ver e viver
Não como gota
Mas em oceano
De amor a transbordar
Perdeste-me
Pois de ti
Fui
Fátima Morais