MEU CORPO É TEU
A ti pertence desde agora e para sempre a ousadia de minhas mãos
Que pelos vãos de tua intimidade passeiam onde as cercas não permitem
Elas persistem a viajar com o traçado despojado da inexatidão
Produzindo os ecos de tua sofreguidão e os calores que te incidem!
É teu o pecado deflagrado por meu atrevido beijo
Que iniciará seu cortejo e não desistirá até se vê na plenitude do percurso
Nos arrepios de um delicado susto, na evocação do incontido ensejo
Fará banquete em teu gracejo, fará incêndios em seu transcurso!
É teu meu corpo desnudo e aromatizado de prazer sob latência
Está à mercê da sedutora cadência que teus embalos podem produzir
Para o pleno usufruir do desvario sem qualquer intermitência
E para a desobediência a tudo que a moral queira nos fazer ouvir!
E que o paladar dos desenfreios teus nenhuma célula ignore
Que eu te devore à proporção em que me vejo a te nutrir
Porque meu corpo está aqui, a fim de que teu ser o explore
E que todos os seus caminhos decore, para outras vezes seu trajeto repetir!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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