MEU PRIMEIRO AMOR
O primeiro amor
Parece que foi ontem,
Eu ainda me lembro!
Imaginando ser homem
Ergui-me nas pontas dos pés
Tentando te beijar.
Éramos duas crianças!
O corpo a tremer
Deixava-me sentir;
Como rumor de tambores,
Nossos corações
Em arrepios estremecidos.
Eu pensava naquele instante:
“- Que furor desmedido!
Que loucura insana!
Nada pode haver
De mais doce amargo
Que a delícia do mel
Nas caricias desses lábios.”
Sorriste então,
Nos olhos a fitar
Respondeu-me faceira
De mim sempre a zombar:
“- Como às flores do pomar
Novas borboletas todos os dias
Uma a uma vem visitar,
Sempre haverá outros beijos
E outro coração a pulsar.”