Declaração de amor
Amar-te é sublime
é sentir a alma engolfar-se
nos casulos
da brisa primaveril
pois só
tua alma traz a musica do mar,
e marulhar no teu doce realejo
no frescor dos teu abraços,
balbucio, deliro,
versejo
O primeiro pingo
da garoa nua
Fez minh’alma
ser tão sua
banhar-se na maviosidade
dos teus rios de dor
sem imagens
incendiando-me com tuas paisagens
evanescentes de amor
beijo de brisa que sulca
o pelo felino
riso menino
sob o som de violino
derramas por taça de volúpias
seara de nirvanas
és minha linda borboleta sedutora
que pousa embevecida
em mar de chamas
vestir-me de você nesta hora
hora escarlate
que transpassa
como amar e sonhar
no bojo tépido e macio
de uma bela acácia
nos teus braços
renascer em uma fonte
de generosa doçura
cárcere paradisíaco
quais flamingos alados
em ternura
Em meio aos teus lábios & versos
me sinto flutuar em espiral
na cadência de milhares de arraias
dentro de um balé vertiginoso,
divinal
Em você
como nas mais raras e belas flores
só devem pousar borboletas
com multicoloridas asas de seda
e delicadas anteninhas de ouro
Ah! Sua presença!
Quão maviosa!
Chegar assim
nesta doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a fagueira calmaria do mar
como derramas n’alma
sob densas matizes
sua generosa cesta de cores.
És tão leve, tão luz, quão linda!
a pousar e repousar teus afetos
sobre os meus mais tênues sensores
faz-se toque entre cílios
feixe de gérberas
caldo de luar
reinventa num sopro melífluo
novas nuances para o verbo amar
faz-se beijo de brisa
cantinela de riachos
langoroso esvair-se da onda na areia
num que de ofertar
faz dos teus mansos fulgores
em minhalma,
um perene palpitar
O que continuará a existir sem você?
Pois quando o amor, generoso
derrama-se dos seus lábios sobre nós,
ele produz n’alma, o sublime frescor
de um novo
e orvalhado amanhecer
sentir-me
como as pedras frias, duras
mas que
no leito dos teus braços & abraços
acordam dunas
areia clara, macia
doce elegia
de querer-te
uma e muitas vezes
Brincar com o teu sorriso
Sorriso?
Ou um diamante que brilha?
O céu que se anila?
Faz lembrar
a primeira estrela que cintila
Será que há mais mel
no bojo da acácia
quanto na terna mansuetude
de seus belos olhos???
Será que há mais delicadeza & sensualidade
nas curvas da tulipa escarlate
quanto na leveza sinuosa
de seu lindo talhe
coleante de prazeres???
Que tal este presente amor meu:
A lua me sugeriu
um vestido de néon
o céu, uma tiara de estrelas
o mar, um multicolorido top
de conchas e corais
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos me anelam
ao roubarem beijos dos seus lábios de mel
como travessos colibris.
Não será pelo teu sopro
que abrem-se as acácias
e sorriem as buganvílias
enamoradas?
Afinal quem é você?
que com os teus deleites
faz até mesmo
anjos & diamantes luminosos
anoitecerem?
São as luzes das rosas
que iluminam tua alma?
Tormentas raivosas recuam
ao teu pedido de calma
Tu me fez ver na queda
suave passo de dança
fez da tola ambição
e da nociva prepotência
ternura pura de criança
Tua boca
tem sopro doce de luar
mas em minha alma
conjuga em chamas
o verbo amar
teu beijo
tem o mel da imortalidade
faz a alma sublevar
entre sensações
da tenra idade
teu corpo
és bojo macio de tulipa
a recender frescor
de magnólias apaixonadas
vestindo de luminoso paraíso,
meu taciturno mausoléu
faz-me sentir-se Hermes
altaneiro, irrequieto
a levar recados
entre a terra e o céu.
Só você tem esse dom de dizer em terra,
doçuras e delícias de um céu
que se usufrui
na maciez de uns olhos fagueiros
nesta doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a fagueira calmaria do mar
e a lembrança dos teus doces abraços
leveza que me envolve asas mansas
de pássaros apaixonados
declamando ao lusco-fusco
amores e dissabores
contemplados da triste janela
derramam num vôo brando
slides dos teus sorrisos
quais brisas de mil paraísos
seus lábios tão lírios
quão líricos
teus braços tão cisnes de amor
tua alma quão lua,
tão sua...
você
meu mar jovem de flor
hoje minhas borboletas tagarelas
sonharam novamente contigo
e acordaram cochichando em rubor
que só mesmo dos teus beijos maviosos
flui o mel do paraíso.
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