Poemas de uma coleção: Um cântico desesperançado

Não pronunciei os poemas para sussurros a meia luz,

Teriam permanecido inauditos,

Inertes, torpes como passarinhos em um gráfico,

Expostos em uma folha de papel, sem movimento,

Sem vida e sem graça como folhas secas jogadas ao sabor do vento,

Nem vi a luz de teus olhos enquanto lia os versos que te fiz.

Eu te olhava à distância, lendo os poemas que nunca te narrei,

E sonhava com um beijo;

Quantas vezes sonhei com um beijo teu.

Não o disse com palavras de minha boca,

Nem com as que escrevi em papel,

Mas sonhava com o beijo enquanto me derramava por ele ao te escrever.

Tua imagem me transporta a um delírio doce,

Suave, mas intangível,

Distante como uma canção se desvanecendo ao longe,

Cada vez mais longe.

Os versos murchos e tristes que hoje te escrevo,

Vazios, desesperançados,

São acenos de adeus

Que te faço ao tentar libertar minha alma.

Segue com eles um beijo apaixonado.