Fruto infame
Talvez com o tempo haja partido
Com noites velhas e passadas
Junto à lua que caindo
Não voltara acompanhada.
Digo, pois do que sentia
Uma dor que me matava
Que sem pausa me feria,
Que sem paz me torturava,
Minha alma consumia,
Em mil delírios me largava,
Todas noites fez de claras
E de sombra fez meus dias.
E se chorar não adiantava,
Se Deus mal me respondia,
Ao Diabo eu implorava
Outro pois que não me ouvia.
Pois sei bem de quem a culpa
Sem vergonha maltratava;
Que dó de mim nenhuma
Tivera a sua alma.
Eis olhar de bela ninfa
Cujos olhos sepultados:
O existir de minha vida,
O elixir do embriagado.
Nessa figura “rosa - lábios”
Finos, meigos e atrativos,
O fruto infame foi plantado:
Meu pecado proibido.
Tome agora teu castigo
Que de ti não quero nada;
Por matar-me sem motivo,
Por teu vicio sanguinário.
E nas noites que houve dito,
Se anoitece esquecerei;
Mas se amanhece o amor maldito
Quer te amar mais outra vez.