Fruto infame

Talvez com o tempo haja partido

Com noites velhas e passadas

Junto à lua que caindo

Não voltara acompanhada.

Digo, pois do que sentia

Uma dor que me matava

Que sem pausa me feria,

Que sem paz me torturava,

Minha alma consumia,

Em mil delírios me largava,

Todas noites fez de claras

E de sombra fez meus dias.

E se chorar não adiantava,

Se Deus mal me respondia,

Ao Diabo eu implorava

Outro pois que não me ouvia.

Pois sei bem de quem a culpa

Sem vergonha maltratava;

Que dó de mim nenhuma

Tivera a sua alma.

Eis olhar de bela ninfa

Cujos olhos sepultados:

O existir de minha vida,

O elixir do embriagado.

Nessa figura “rosa - lábios”

Finos, meigos e atrativos,

O fruto infame foi plantado:

Meu pecado proibido.

Tome agora teu castigo

Que de ti não quero nada;

Por matar-me sem motivo,

Por teu vicio sanguinário.

E nas noites que houve dito,

Se anoitece esquecerei;

Mas se amanhece o amor maldito

Quer te amar mais outra vez.

WillDeLamed
Enviado por WillDeLamed em 13/04/2011
Código do texto: T2906741
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