*** Dualidade de Amar **

Dualidade de amar

Amar você é amar meu próprio corpo

Abraço a mim com ternura

Como me abraçarias se não fosse o tempo

A nos separar.

Amar você é como despir-me do preconceito

Que oprime o espírito

Pois na minha nudez é que te encontro nú

De toda a falsidade que nos afasta.

Amar você... É ter ciúmes do meu corpo,

Quando sinto o toque de outras mãos

Que não as suas.

É querer a solidão do quarto como refugio

Pra a vida que te reclama.

É a certeza de te encontrar no mesmo plano,

sem censura, onde toda nudez é permitida.

Onde não existe vencedor e tão pouco vencidos.

Amar você...

É amar a dignidade de ser o elo que vive em nossos corpos

Sem limites, sem começo e sem final.

Como corpo e espírito,

É emoção da dualidade unificada é não partir...

É não ficar ausente é estar sem nunca ter chegado.

Amar você! É viver a continuidade de nós mesmos, sem espaços

Sem divisão de corpos.

A tua beleza de alma é o meu espelho para vida

O teu sorriso é a gratificação mais cara e mais pura do direito a vida

É a recompensa... Pelo silencio não quebrado, pela paz claramente estabelecida sem nunca ter sido mencionada.

Amar a mim é achar você depois de cada final de dia

e sei que, por todos os caminhos por eu andar, vou amar Amim

Na certeza de amar você.

São Paulo, 15 de março de 1987.

Darcy Bilherbeck.

Bilherbeck
Enviado por Bilherbeck em 13/04/2011
Código do texto: T2906281