Mais de dez anos juntos!
Bob é meu Sancho Pança Canino...
Meu Fiel Escudeiro!
Legítimo e Primeiro!
Como quis o destino,
Que nos fundiu, no mais profundo.

Os poucos dias que ficamos separados,
Quando da minha vinda para a Bahia,
Foram forrados por uma leve e intensa,
Densa
Melancolia...
Somos grudados!

Está comigo em todos os lugares da casa.
Seu abrigo preferido é minha asa.
É de uma fidelidade absoluta!
Ampla, geral e impoluta!
Nossa sincera afeição,
Brinda-nos com sofisticada comunicação...

Sei de todos os seus intentos...
Ele é intimo de todos os meus ventos!
Uma afinidade,
Que pode, muito bem, ser chamada de cumplicidade.
O sujeitinho é-me indispensável,
Além de, absolutamente adorável.

Em frente ao portão,
Tem um ponto de ônibus intermunicipal.
Para sua extasiante diversão...
Ele late pra todos, sem distinção,
Sem qualquer discriminação,
De forma sensacional!

A casa tem quatro entradas:
À frente, nos fundos, 
Duas, na varanda, do lado esquerdo.
Se ele sai pela dos fundos,
Com as outras fechadas,
Ele esquece o caminho e late com medo.

Aí eu abro a porta, passo-lhe um sermão
E ele vai pra debaixo do colchão...
Envergonhado...
Mas, não aprende o caminho adequado.

Somos até parecidos...
O que faz todo o sentido!





Hoje às 10 horas ele vai operar de um câncer na virilha.
Estarei em concentrada vigília

Vai dar tudo certo, amigão
Você tem meu coração!


Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 13/04/2011
Reeditado em 13/04/2011
Código do texto: T2905708