O BAILE DA MADRUGADA
Cheguei surpreendente quando as horas de si mesmas esqueciam
E enquanto nas penumbras jaziam, os brilhos noturnos se intensificaram
Eu os vi quando teus olhos brilharam tão logo eles me viram
E quando teus braços reagiram aos meus que os convidaram!
Quando a ternura de meu beijo deslizou suavemente em tua face
Nos disse adeus todo disfarce e a paixão pediu passagem mui solene
A nau sem leme rasgou o mar do nosso enlace
E a noite quis que eu te amasse em leito de paixão perene!
Ao som perfeito dos sinfônicos murmúrios emitidos
Nossos corpos unidos se deram a uma dança de apetite deflagrado
Fui teu parceiro nesse mágico tablado e por teus beijos revolvido
Por tua cadência envolvido, por tua graça sequestrado!
Sob a prata do luar eu vi teu corpo bailar por sobre o meu
E assim o breu tão madrugal iluminou-se nos suores de dois seres
O sol já atrasado, de seus iluminados afazeres esqueceu
Deixando-nos a lua, você e eu - embriagados de prazeres!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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