Árido Dia

ÀRIDO DIA

O árido dia lento passa...

A minha alma evoca a tua...

A noite quente chega

E a dor não cessa...

A lágrima seca e opressa

Leva o teu nome na garganta.

Teu olhar clarão me ofusca...

Acho-me nesse brilho efêmero e teu...

A tua voz prende-me,

Algema oculta,

já não sou mais eu...

O ar falta-me,

A voz canta uma canção da alma...

Opresso o peito prende

O grito da garganta.

Ai de mim assim!

A noite me faz refém.

Tua imagem de novo vem.

Diálogo, solilóquio

De tua voz e a minha...

Tua alma, eu sei me evoca.

Já não estamos sós.Somos nós!

O amor sufoca a dor

De tua ausência.

Da palavra não dita...

Do toque que eu não senti...

Da noite que eu não te amei...

Da saudade que eu sorvi...

Do beijo que eu não te dei...

Do filme que eu vi só...

Do olhar que eu não fitei...

Há explosão no meu peito!

Eu te chamo. Vem!

Vamos ouvir o silêncio da voz

Que não pode gritar palavra alguma!

Vem! Todas as histórias se resumem em uma:

Do amor que não sabe pedir licença!

Que quer apenas existir, ser o que é...

E sofre quando pensa,

Que só é o que pode ser!

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 13/11/2006
Reeditado em 08/12/2006
Código do texto: T290418