ATROPELADO PELO AMOR
Nas ruas do acaso eu transitava em meio ao desaviso
Nenhum descuido foi preciso, não fui singelo ou imprudente
Mas eis que de repente, me vi aprisionado a um sorriso
E meio que por improviso, estava eu refém recluso dessa corrente!
Não tive a mínima oportunidade de esboçar alguma resistência
Foi acintosa impertinência planejada pelas linhas do destino
Roubou meu tino, levou para outro mundo a prudência
E sem qualquer clemência, algemou meu coração peregrino!
Perdi a voz do raciocínio e a força física para fugir
Qual presa sem poder de reagir, qual rio obrigado a ser vencido pelo mar
Só me restava desaguar no oceano de paixão a se abrir
E fortemente me punir por cada instante que tentei me ausentar!
Foi forte desde sempre e mesmo agora não mudou
Desde que meu coração te achou, jamais eu consegui te esquecer
Mal posso descrever o amor que desde então jamais me abandonou
Só sei que me atropelou e nunca retornou para me socorrer!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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