A esposa sensualista

A esposa sensualista

Como és bonita, meu peito!

Desmancha a roupa sem pejo;

Nua, de pés ao corpo ardente

De alvor à alva entre o desejo.

A alcova do ardor - só o amor!

Beija-me! A amante entre o leito...

Cor dos lábios sobre o banho;

A aura virgem, sente o peito.

Só o laço deu-me às costas;

Eras a flor sem medo à vida

Sou casto! A aurora do sol...

Foi-se a flor da alma lânguida.

Canta a flor d´água vivida;

Que foste o meu amor à alma

Sem gozo! És tão doce à praia!

Ama-me o arrebol da calma.

Os véus sensuais sem morte,

Dou-te o céu no colo eterno

Sinto, és minha doce amante!

Quero-te o anseio bem terno.

Teu coração, doce vinho...

Acolhe-me o vergel d´água;

Eis-me a mulher sem pudor!

Lembra a ânsia vivida e nua.

Lá no fundo de um perfume;

Os doces versos são a flor...

Ama a saudade de um ninho,

Quero-te a flor! meu amor.

Como a mulher nua sem azo;

Sou ditoso! És minha amada...

Galopa o ardor do meu corpo,

Sem força! A nudez molhada.

Sou D.Juan! Eis-me o alento...

Ó veste atrevida! És minha...

Ó espádua nua! Dou-te o verso:

"Amo-te, és minha! Sem vinha..."

Autor:Lucas Munhoz