ABISMO

Nesse mundo dividido

Entre as cores alvas

Desse papel

E as letras escuras

Escapando na ponta

Dessa caneta

Existe uma poesia

Despencando no abismo

Como anjo que cai

Do céu dos meus olhos.

E as palavras vão caindo

Como estrelas fulgurantes

A cortarem o infinito

Tão finito do meu ser

Para espatifarem em versos

Despedaçando-se por inteiras.

E ao precipitar-se do alto

O ultimo resquício

Da alma do poeta,

Na lauda fendida

Em cada verso escrito

Um par de asas se erguerá.

Mas quando uma janela,

Qualquer que seja!

Lá do alto se abrir,

Na esperança ingrata

De voltarem ao lar

Anjos aflitos

Cruzarão o infinito

Abrindo suas asas

De par em par.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 11/04/2011
Código do texto: T2901616