A TUA VOZ
Que doce voz eu ouço agora,
Que de longe vem ecoar?
O eco que grita teu nome
E lá no fim da noite some
Mas continuo a escutar.
Ouço bem nítido a voz
Do vento que me vem cantar
Como nas planícies de Sharon
Um côro angelical e bom
Vem de D´us me entoar.
Mas no peito, a saudade,
Nos olhos tristes, a visão,
De tua face pura e garbosa
Na expressão da fina rosa,
Entôa no meu coração.
Ah mas quando a tua voz
Em meus sonhos me chamar,
E eu me acordar deste afã
Como se acorda pela manhã,
Na luz do dia vou repousar.
Ah como é bom ouvir teu canto
No romper da cândida aurora!
É como ouvir, aturdido, o sabiá
Na luz serena da manhã de Beagá,
É lembrar das carícias de outrora.
Agora eu guardo tua voz no seio,
Na lembrança do melifluo que emana
Da doce mulher, voz de menina
Que o meu ser inda fascina
E entre todas és soberana.
(YEHORAM)