REBELDIA

Quisera eu

Poder morder um dia

O cabestro que me guia

Tomando das mãos do destino

Essas rédeas de prata

Que me forçam a seguir

Marchando a trotes largos

Por caminhos estranhos

Que eu não escolhi.

Quisera eu

Poder escoicear o mundo

Derrubando de meu lombo

Essa carga inútil,

Que o miserável legado

Da humanidade desumana,

Obriga-me todos os dias

A carregar pelas ruas

Tão cheias de gente,

Tão vazias de vida.

Quisera eu

Não ser apenas o agente

Que põe nessa gente

A peia que nos limita

Ao passo a passo das bestas,

Quisera eu

Arrancar dos olhos a viseira

Com que enxergo a vida.

Mas esse meu querer

Não rima com os versos

Dessa poesia.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 10/04/2011
Código do texto: T2899863