SAUDADES DE MIM
Quando meus olhos se perdem
Vagando tão tristonhos
Para além do horizonte,
Desdobrando as asas
Do meu pensamento
Minha`lma voa ligeira
Em busca da criança inocente
Que um dia se perdeu
Nos descaminhos
Pelos quais andei.
E assim, tão distantes de mim!
Para eles não importa,
Não mais!!
O corpo cego
Desse miserável poeta
A suspirar escuridões
Na mesa de um bar!!!
Tão distantes de mim
Eles sofrem novamente
O suplício da mesma dor
De quem já teve um lar,
De quem já teve amor!
Ai! Porque fazem assim
Esses já tão cansados olhos meus?!
Porque se perderem
Tão distantes
De mãos dadas a brincarem
Nas cantigas de roda
Se, mais cedo ou mais tarde,
Terão outra vez de regressar
Desse jeito; Tão tristes?!
Ainda mais tristonhos
Do que eram antes?!
Mas um dia! E talvez não demore!!
O olhar de vez se perderá!!!
Pois quando regressar,
Em meio a garrafas quebradas
E mesas reviradas,
Um corpo cansado
Pela última vez tombará...
Apenas um leve sorriso
Contará ao mundo
Que eu não sinto mais
Saudades de mim.
Com a licença poética de Valquíria Duarte