SAUDADES DE MIM

Quando meus olhos se perdem

Vagando tão tristonhos

Para além do horizonte,

Desdobrando as asas

Do meu pensamento

Minha`lma voa ligeira

Em busca da criança inocente

Que um dia se perdeu

Nos descaminhos

Pelos quais andei.

E assim, tão distantes de mim!

Para eles não importa,

Não mais!!

O corpo cego

Desse miserável poeta

A suspirar escuridões

Na mesa de um bar!!!

Tão distantes de mim

Eles sofrem novamente

O suplício da mesma dor

De quem já teve um lar,

De quem já teve amor!

Ai! Porque fazem assim

Esses já tão cansados olhos meus?!

Porque se perderem

Tão distantes

De mãos dadas a brincarem

Nas cantigas de roda

Se, mais cedo ou mais tarde,

Terão outra vez de regressar

Desse jeito; Tão tristes?!

Ainda mais tristonhos

Do que eram antes?!

Mas um dia! E talvez não demore!!

O olhar de vez se perderá!!!

Pois quando regressar,

Em meio a garrafas quebradas

E mesas reviradas,

Um corpo cansado

Pela última vez tombará...

Apenas um leve sorriso

Contará ao mundo

Que eu não sinto mais

Saudades de mim.

Com a licença poética de Valquíria Duarte

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 10/04/2011
Código do texto: T2899846