Despeço-me
Teus olhos me castigam, estão imersos em frieza já não há mais amor em teu olhar, eu que sonhara ser eterno vejo meus dias de importancia escoarem por entre os dedos como areia do deserto, teus braços já não teem mais abraços seus lábios já não são mais solícitos e sua luxúria já não mais me pertence, você e seu encanto já se foram de mim, me abandonaram em um mundo sem razão de existir sem vocês, ao meu redor nuvens que parecem desenhar seu corpo e gotas de chuva que parecem gritar seu nome ao cairem diante de mim,enlouqueço, grito e clamo mas de nada adianta, já não há mais nada de você em meu mundo, sinto-me sufocado pelo enorme vazio da sua real e perversa partida, eu que tantas vezes pedi aos céus a misericórdia do esquecimento, um milagre que me fizesse desvestir de você de uma vez por todas agora me encontro perdido sem você a protagonizar meus sonhos noite após noite, sem teu perfume a me envenenar docemente, sem teu sorriso a iluminar tudo à minha volta, agora desgarrado de ti sou só mais um coração sem porquê, sem viver, sem sentir. Que impensável hora é esta que cruelmente se aproxima, derradeiro ato antes do apagar de minha alma, pesa-me o respirar, sofríveis lágrimas marejam meus olhos, eu não consigo dizer, sequer pensar mas é preciso, inevitável. Tão maldita palavra não posso proferir, não posso e nem quero dizer o vil adeus, você parece aguardá-lo com um olhar que me despe o ser, perdoe-me eu não posso, me falta a voz não há como deixar para trás o mundo, o meu mundo que é você, não há falas nem juras apenas dor e solidão que me aguardam após o seu partir, eu então sorrio enquanto choro e morro aos poucos com o fim do nós e o nascer do eu solitário pra sempre, despeço-me de você então com um último olhar que ainda teima em dizer TE AMO.