CHÃO DE ESPINHOS

Eu te amei um dia,

E ainda amo!

Mas o sonho dourado

Que sonhei acordado

Transformou-se em pesadelo

E vem toda noite

Assombrar-me as madrugadas.

Agora não sei ao certo

Se foram juras de amor

As palavras da tua boca

Nos meus ouvidos surdos,

Ou apenas o leve rumorejo

De uma brisa gelada

Arrepiando-me a alma

Em promessas de saudade.

E essa é a verdade!

Se nos sonhos que sonhei

Caminhávamos juntos

Pisando sobre rosas,

Só o que me resta

É despertar sozinho

Olhar para baixo

E sofrer a agonia

De ter os pés dilacerados

Nas pontas dos espinhos.

Que bom seria

Se a alma pudesse

Continuar adormecida.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 09/04/2011
Código do texto: T2898058