Jogo

Crianças no jogo brincando

de tato, de olfato, de beijo

escondendo e descobrindo

o esconde-esconde do desejo

De medo, de pudor, de culpa

de corpos amadurecendo

nos ouvidos sussurros e urros

o jogo perigoso foi nascendo

Possessivo, ciumento

que acaricia machucando

que desafia e flerta

seguimos o jogo blefando

Leviano, inconseqüente

na aposta do tudo que tem

esperando da mão do parceiro

a carta que nunca vem

Assim seguimos o jogo

a banca querendo quebrar

mas tudo o que conseguimos

foi mais perder que ganhar

E quando o tempo passou

levou parte da nossa ambição

agora nos contentamos apenas

com uma terna recordação

Mas nada chegou no final

o nosso jogo é o mesmo de antes

e mesmo distantes seremos

eternos jogadores e amantes.

J.Valjan