A COLISÃO DE UNIVERSOS
Ela é botão, que emana a luz da inocência em sua face de provocação
Quando anda o mundo vai ao chão, que até o sol do céu resolve observar
A cada passo um modo involuntário de incendiar minha imaginação
Hormônios espancam a razão, valores e padrões querendo me abandonar!
Ela me olha com o veneno debochado de um convite silencioso
Seu sorriso audacioso é como corda que me puxa no pescoço
O que ela pensa eu ouço - é som impublicável e indecoroso
Da inquietude ao ímpeto nervoso, da convulsão ao alvoroço!
Já eu pertenço a tudo que em tese ela nunca almejaria
Posto que jamais cortejaria o que a meu ver me é vedado
Ao vê-la finjo nem lhe ter olhado, mas meu pensar cultiva sua companhia
Que até me pego em demasia, trocando o certo pelo errado!
Nem o conflito de nossas gerações, nem as fronteiras evidentes
Seus feromônios são latentes, sua vontade insinuante me evoca
Sem me tocar ela me toca com artifícios recorrentes
Ela me prende sem correntes, quando me atiça e me provoca!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor