AMOR DEPOIS DO AMOR
Perdi as chaves que descobrem os segredos da satisfação
Meu coração se deparou com uma fome de infindas proporções
Que vive sob ebulições, gerando inundações de multiplicação
Um edifício em contínua reconstrução, uma cobiça sem concessões!
É arbitrário vício, que mesmo saciado fabrica abstinência crítica
Uma verdade mítica, provando seus sintomas alastrados nos sentidos
Prazeres achados e perdidos por sua indócil característica
De erguer-se com ânsia quase mística e não calar seus alaridos!
Presumo serem mil loucuras qual fruto indelével de teus adjetivos
Que flertam com meus impulsos instintivos e me obrigam a querer mais
A ir além dos teus aromas florais e seus sensacionais predicativos
Como se me fosse o maior dos prejuízos, um só segundo sem os tais!
Só posso assim compreender qual a razão de não poder te prescindir
E querer mais de ti, tão logo após me saciar de teu sabor
Não há como desvencilhar todo esse ardor, tampouco há como fugir
Pois quanto mais me delicio a te sentir, mais quero repetir o nosso amor!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor