TEMPESTADE DE AMOR
Lá fora a natureza grita,
É noite de tempestade!
Homens apavorados
Correm apressados
A procura de abrigo.
Nas janelas fechadas
Olhos medrosos
Atravessam as vidraças
Para espiarem assombrados
A força deslumbrante
Do vento que assovia
Arrancando arvores
E arrastando esperanças.
É noite de tempestade!
Mas aqui dentro
Desse quarto escuro
O vendaval que me assola
São os suspiros da tua boca
Em meio aos raios intermitentes
A escaparem em fachos de luz
Dos olhos repletos de prazer.
Pela janela entreaberta
A chuva invade nosso leito
Caindo nossos corpos,
Mas estamos aquecidos
Nas chamas incandescentes
Da nossa emoção,
E mesmo que o céu
Desabe sobre o telhado
Em ameaças trovejantes
Explodindo no infinito!
Aqui dentro não nos assusta
A fúria dos elementos.
E assim tem início
Uma injusta batalha
Entre a tempestade
Que ruge lá fora
E os poderosos furacões
A explodirem aqui dentro
Dos nossos corações.
Por fim,
Sem que aja vencedor!
Os ventos se acalmam
E a tempestade cessa,
Lá fora tudo é destruição!
E aqui dentro não é menor
O rastro da batalha.
Dois corpos desfalecidos
Em meio a roupas rasgadas
E rosas desfolhadas
Cujas pétalas jazem
Espalhadas sobre a cama
São as vitimas
Da furiosa noite de tempestades
Dentro de nossos corações.