TEMPESTADE DE AMOR

Lá fora a natureza grita,

É noite de tempestade!

Homens apavorados

Correm apressados

A procura de abrigo.

Nas janelas fechadas

Olhos medrosos

Atravessam as vidraças

Para espiarem assombrados

A força deslumbrante

Do vento que assovia

Arrancando arvores

E arrastando esperanças.

É noite de tempestade!

Mas aqui dentro

Desse quarto escuro

O vendaval que me assola

São os suspiros da tua boca

Em meio aos raios intermitentes

A escaparem em fachos de luz

Dos olhos repletos de prazer.

Pela janela entreaberta

A chuva invade nosso leito

Caindo nossos corpos,

Mas estamos aquecidos

Nas chamas incandescentes

Da nossa emoção,

E mesmo que o céu

Desabe sobre o telhado

Em ameaças trovejantes

Explodindo no infinito!

Aqui dentro não nos assusta

A fúria dos elementos.

E assim tem início

Uma injusta batalha

Entre a tempestade

Que ruge lá fora

E os poderosos furacões

A explodirem aqui dentro

Dos nossos corações.

Por fim,

Sem que aja vencedor!

Os ventos se acalmam

E a tempestade cessa,

Lá fora tudo é destruição!

E aqui dentro não é menor

O rastro da batalha.

Dois corpos desfalecidos

Em meio a roupas rasgadas

E rosas desfolhadas

Cujas pétalas jazem

Espalhadas sobre a cama

São as vitimas

Da furiosa noite de tempestades

Dentro de nossos corações.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 07/04/2011
Código do texto: T2894042