INCERTEZAS

Ainda que tirem-nos o desejo

Que a força coincidiu

Aos que a vida com veemência pariu

Tenho eu a mesma sorte?

Nascer é fado pesado

Que vai do amor à morte.

O espelho da vida quebrado

Que mão ousada será essa?

Tudo que tenho é incerto

O mundo é covardia:

Cerceia os sonhos, perpetua agonia.

Os dias se vão, ficam-se os vãos

As noites marcam nas taças o que se brinda

Mãos e bocas unem-se, o sexo finda

A volúpia cede a sede que se sacia

Acendem-se os cigarros, ficam-se as cinzas.

A alma fere-se em nãos, os sonhos esvaem-se

A casca do relógio apodrece as horas

No tempo permanece o que nos corpos tilinta-se

Nonde findará não se sabe...

Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta e Leonardo Nascimento.

Joabe o poeta
Enviado por Joabe o poeta em 06/04/2011
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