COISAS
Tudo silenciosamente fala
Cantam numa melodia sem notas lembranças de nós
O sofá agora tagarela dos nossos encontros
E amores nos detalhes mínimos tudo revela
A xícara companheira de tantos cafés,
Amante de teus doces lábios agora vacilante
Conta-me seus segredos de mulher
Os livros que lia as músicas que ouvia agora sem tons
Nem cores revelam- me mistérios de sua fantasia
A cama agora inerte e angelical revela-me imagens de
Noites de pensamentos impróprios e de desejo imoral
O vazio, as recordações, as imagens pintam cenas de sua ausência lembrando-me que sou prisioneiro dessa consciência
E a música, os movimentos, o momento nunca mais,
Resta amarelo e opaco o vazio que a vida traz
Gilmar Faustino