NÃO CONSEGUI SEM TI

Com a perda de todas as forças, com a desnutrição da clemência

Abdiquei da nossa crença e fiz um mundo sem nós dois

Pensei no hoje desprezando o depois e no amanhã sem condescendência

Neguei-me tua permanência e ensurdeci ao que a razão me expôs!

Dei-me o direito de andar por alamedas inauditas

Me fiz visitas, já que em ti jamais me vi ou encontrei

Busquei o que nem procurei e beatifiquei sensações malditas

Ratificando desditas que em meu silêncio tantas vezes gritei!

Contaminei-me na pureza de essências antagônicas

E às sensações agônicas doei o mais solene indiferentismo

Entulhando meus poços com cinismo, enchendo-lhes de águas platônicas

Tornando desarmônicas todas as emoções que rumavam num só sentido!

Tudo porque quis me convencer do teu adeus

E proclamar não serem meus todos os desejos que te rendi

Mas eu perdi, lutei com as armas surreais de um semideus

Tentei andar com passos que não fossem teus - mas eu não consegui!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/04/2011
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