NÃO CONSEGUI SEM TI
Com a perda de todas as forças, com a desnutrição da clemência
Abdiquei da nossa crença e fiz um mundo sem nós dois
Pensei no hoje desprezando o depois e no amanhã sem condescendência
Neguei-me tua permanência e ensurdeci ao que a razão me expôs!
Dei-me o direito de andar por alamedas inauditas
Me fiz visitas, já que em ti jamais me vi ou encontrei
Busquei o que nem procurei e beatifiquei sensações malditas
Ratificando desditas que em meu silêncio tantas vezes gritei!
Contaminei-me na pureza de essências antagônicas
E às sensações agônicas doei o mais solene indiferentismo
Entulhando meus poços com cinismo, enchendo-lhes de águas platônicas
Tornando desarmônicas todas as emoções que rumavam num só sentido!
Tudo porque quis me convencer do teu adeus
E proclamar não serem meus todos os desejos que te rendi
Mas eu perdi, lutei com as armas surreais de um semideus
Tentei andar com passos que não fossem teus - mas eu não consegui!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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