AMOR SEM MOTIVO
APENAS
Apenas o olhar aberto
Sem piscar
Sem hesitação
Apenas a mente ilesa
Sem o envolvimento
Das lembranças ao ar...
Apenas o coração aceso
Feito uma fornalha
A espocar faíscas
Ao caminhar do esqueleto
Apenas a natureza
A tomar-me d’um amor ferino
Amor sem motivo
Que me arde por dentro...
Apenas a beleza rude
Que na tarde vigora
E dá um real sentido
À inutilidade aparente
Do passeio.
E a vida
Ausente de história, de tempo
Parece ser pura existência
Glória em ser vida, apenas