Poemas de uma coleção: Poema para sussurros à meia luz
Deixa eu sussurrar uns versos ao seu ouvido,
Vagarosamente, entre suspiros,
Ao ritmo dos amores.
Enquanto minha voz sussurra,
Minhas mãos gritam
Buscando o seu corpo com avidez,
Tentando sentir seu calor, sorver sua pele,
Num clamor mudo, frenético e eloquente.
Quero mergulhar em seus olhos,
Em sua boca, {suspiro}
Minhas mãos puxam o seu corpo para perto de mim,
(Sou inteiro um brado silencioso;)
Oh ânsia absurda, oh desejo alucinado,
De estar em você, grudar, inserir, penetrar,
Até deixar de ser eu mesmo,
Abandonar a existência,
Me transformando em uma parte sua,
Como a perna que eu beijo,
Como o corpo que eu acaricio.
Vem, me engole, me suga, me engloba.
Meus dentes mordem sua nuca,
Minhas mãos vorazes sorvem seus seios,
Meus braços sôfregos envolvem seu corpo em glutoneria irrefreada.
Quero penetrá-la como em um labirinto,
Intrépido, confiante, mas sobretudo ávido,
Convicto de me perder para sempre,
De nunca mais conseguir voltar,
De me desorientar completamente,
De enlouquecer em seus braços,
Entre suas pernas,
De me perder em seu corpo.
Sente o meu queixo arranhar seu pescoço,
Minhas coxas comprimindo as suas, e o meu abraço apertado,
Ouve o meu urro, seguido das carícias suaves e ternas sob o ritmo forte de meu coração se alinhando ao seu.
Gustavo Gollo