A mão tremula
A minha mão tremula no papel, faz com que eu pense na historia que se segue
A minha mente ineficaz não lembra com nítida lucidez
Mas meu coração, ah meu coração esse perde
E no espelho da vida vejo o entardecer, e sinto a leve brisa a molhar meu ser
Sinto que a vida traçou um caminho que nem em meus devaneios, imaginei seguir
E ao saber que nos desertos mais áridos, nascem lírios vividos
Sinto um fulgor a me erguer, e a transportar meus tremores em meus dedos insertos
E a olhar seus olhos puros e distantes, sinto o meu peito entre aberto
Esses olhos em que me perco e me acho
Os olhos tão negros de vivo fulgor, me fazem chorar
E grito e canto, os olhos tão puros a declamar meu pranto
E os meus dedos insertos que não sabem falar
Das dores de amores que me faz lembrar
Os olhos vivos translúcidos que me fez despertar.