A GAIVOTA SOLITÁRIA
Estou ainda aqui meu amor,
No sussurrar da brisa alvissareira,
No salgueiro aroma das palmeiras,
no balançar da rede preguiçosa,
onde a lembraça ainda me pranteia.
Estou ainda aqui meu amor,
A pensar na embriagada lembrança,
O velho moinho de minha esperança,
Onde o ranger magoado saculeja
As emoções vividas da incerteza.
Estou ainda aqui meu amor ,
mesmo que os anos repreenda,
Mesmo que o tempo se arrependa,
Será que ainda o tempo recompensa?
A espera do sentimento que não pensa.
Que poderei não lembrar deste amor,
Que encheu me a vida de toda a cor,
Na primavera de uma estação vencida,
Em ficaram lembranças tão queridas.
Ainda pouso sob o cais do meu desejo,
Como uma gaivota solitária fiz um ninho,
E aqui dentro ,esperarei a vida inteira.
Estou ainda aqui, meu Amor...