O casal de pombinhos
O casal de pombinhos transa no terreiro,
Faz um som estranho, depois sacode, sacode,
Em festa faz um circulo quase geométrico,
Em seguida uma reta e some no céu.
O casal de pombinho só volta no outro dia
Pela manhã e em arte com as asas curvadas ao descer,
Em festa no quintal põe-se a cantar,
Em seguida bica e engole o milho para sobreviver.
Esse casal de pombinhos ao meu olhar parece fantástico.
Depois de comer reúne-se no telhado ou na floresta do meu ser.
E aí, se reanima, torna-se poesia ao anoitecer e rima no alvorecer.
Oh! Alça vôo como alguém que pretende ir além do infinito
Já não é mais pássaro causador de enfermidade nem faminto,
Devorara todos os insetos que minha mente poluíam
No ar sabe escrever seu nome com as palavras mais bonitas
Mas depois me bate a solidão dilacerando o peito sem dó
Alguém que me acariciava com o casal de pombinhos se foi,
Tendo escrever dizendo que amo a vida com intensidade única
Da criança que um dia na vida meu ser também foi