ANTOLÓGICA
No dia em que te vi pela primeira vez, eu vi uma coletânea
Tão lindamente espontânea que perguntei-me se era sonho
O sol risonho, ali feliz porque te iluminava com deslumbrada artimanha
Tua beleza era tamanha, que logo dissipou meu temporal tristonho!
Eu precisaria de milênios para enumerar alguns de teus atributos
Os séculos são curtos diante dos fascículos infindos que deténs
Os maiores adjetivos são reféns de teus admiráveis frutos
Aos quais a poesia rende tributos, porquanto a ela própria tu conténs!
Em ti eu consegui localizar todas as coordenadas da inebriação
E perdi a localização de toda a minha humana racionalidade
Ao ver-me dono de minúscula capacidade e total estupefação
Querendo achar alguma tradução para tamanha coleção de raridades!
Fico feliz de vivo estar para testemunhar imagem tão mitológica
Uma mulher antológica, que traz em si todas as mais lindas exclamações
Que reina vitalícia em minhas alucinações e estrutura biológica
Que foge à lógica, pois sendo uma, ao mesmo tempo é coleções!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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