A Moça da Tarde

Às cinco da tarde, na calçada da praça,

Ela cheia de graça, desfila airosa,

Se faz de dengosa, mas é muito atraente,

Não olha prá gente, mas se deixa olhar;

Vai devagar, sem pressa ou urgência,

Tem boa aparência e corpo perfeito,

Mas não tem jeito de ser orgulhosa,

Parece ser prosa, ou provocativa;

Maneira bem viva de me enfeitiçar,

Não só pelo andar, mas seu modo faceiro,

Vai deixando o cheiro perfumado no ar,

E eu fico a pensar no tempo passado;

Nunca tinha amado, assim sem querer,

Como eu ia saber, desse amor covarde,

Ser deixado debalde, seria a desgraça,

Na calçada da praça, às cinco da tarde.

Campina Grande, PB, 13 Set 2007.

Joanilson
Enviado por Joanilson em 03/04/2011
Reeditado em 22/05/2020
Código do texto: T2888050
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