A Moça da Tarde
Às cinco da tarde, na calçada da praça,
Ela cheia de graça, desfila airosa,
Se faz de dengosa, mas é muito atraente,
Não olha prá gente, mas se deixa olhar;
Vai devagar, sem pressa ou urgência,
Tem boa aparência e corpo perfeito,
Mas não tem jeito de ser orgulhosa,
Parece ser prosa, ou provocativa;
Maneira bem viva de me enfeitiçar,
Não só pelo andar, mas seu modo faceiro,
Vai deixando o cheiro perfumado no ar,
E eu fico a pensar no tempo passado;
Nunca tinha amado, assim sem querer,
Como eu ia saber, desse amor covarde,
Ser deixado debalde, seria a desgraça,
Na calçada da praça, às cinco da tarde.
Campina Grande, PB, 13 Set 2007.