No sonho...
No sonho fomos andando
Tu, fremente nos meus braços
Eu, agitado nos teus abraços
Que os teus seios bramiam
Tremiam, sorriam...
Éramos a noite,
Éramos a vida,
A alegria, o sorriso enamorado
O destino nas mãos amarradas,
A certeza do ser comum,
A comunhão da alma,
A vida aberta em aspas,
A noite passageira
No mar profundo.
Os teus olhos abertos
A emoção do beijo,
A tua face... como não me lembrar de ti?
Como não me lembrar de ti,
Implicativa de ausência?
Como não me lembrar dos nossos beijos,
Tão insolentes e desperdiçados, beijos?
Tão aleijados desejos,
Tão subtis,
Tão ardis,
Tão finórios
Traços erróneos da memória
...Da memória, que é sempre
Um eterno sofrimento,
E, está sempre
Em mim e de mim presente.
Da memória nos meus ouvidos possantes.
Paulo Martins