No sonho...

No sonho fomos andando

Tu, fremente nos meus braços

Eu, agitado nos teus abraços

Que os teus seios bramiam

Tremiam, sorriam...

Éramos a noite,

Éramos a vida,

A alegria, o sorriso enamorado

O destino nas mãos amarradas,

A certeza do ser comum,

A comunhão da alma,

A vida aberta em aspas,

A noite passageira

No mar profundo.

Os teus olhos abertos

A emoção do beijo,

A tua face... como não me lembrar de ti?

Como não me lembrar de ti,

Implicativa de ausência?

Como não me lembrar dos nossos beijos,

Tão insolentes e desperdiçados, beijos?

Tão aleijados desejos,

Tão subtis,

Tão ardis,

Tão finórios

Traços erróneos da memória

...Da memória, que é sempre

Um eterno sofrimento,

E, está sempre

Em mim e de mim presente.

Da memória nos meus ouvidos possantes.

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 02/04/2011
Código do texto: T2886102
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