Fred Astaire

Eu fiz a música

enquanto suas botas velhas

iam sapateando pelo asfalto.

Nem a chuva nem o assombro

faziam os pés pararem de dançar.

E a música ia se embrenhando pelas ruas,

passava por entre as coxas das moças,

circundava navios enferrujados,

interrompia o desenho das crianças na calçada,

e me fazia humano de novo.

Suas botas já gastas pelo atrito,

faziam o mundo sentir uma antiga alegria,

de quando nenhum de nós estava aqui,

e só a dança valia a pena.