Olhos Letais
Foi no desencontro, que o destino armou o encontro certo...
De mãos vazias; não tinha nada para permutar, esperava o porvir.
Porém, insensato e com sede de punir; mas você não estava perto.
Tentava me controlar, mas era forte o descontrole emocional.
E desatina e desensina, o próprio jeito de agir.
Uma desavença que flui intensamente, fora do normal.
Se por algum motivo eu estava lá, é porque tinha que tentar.
O seu cansaço era o meu descaso; num dia canoro e de alvura,
O que eu via era uma escultura, feita de areia do mar...
Não é muito o que lhe peço, pois não é pouco o que eu espero...
Ainda sei juntar as peças do tabuleiro esparramadas pelo chão.
Mas não vou esperar mais como um papalvo, querendo inquisição.
Voltarei a acreditar no que eu acreditava, mas sem expressividade;
Porque quando me expressei profundamente, faltou tua lealdade;
Mais que um empecilho, um extravio de palavras confusas e penosas...
Quando abro minhas mãos, não reconheço o meu intento.
Quero descobrir o que buscas agora, e não depois...
Pois até os cinco sentidos são todos desiguais,
E quando acabar minha empolgação, não vai adiantar seu perdão.
Nem me olhando assim, com seus olhos letais...